Adalberto Dantas
Psicólogo CRP 04/9985
- 01
A psicanálise é um método de tratamento e de investigação da subjetividade, criada a partir dos estudos do neurologista austríaco Sigmund Freud (1856-1939) e desenvolvida por vários psicanalistas posteriores, se constituindo também, em um conjunto de teorias sobre o funcionamento da psique humana como resultado do relacionamento contínuo do indivíduo com o mundo exterior e consigo mesmo. Partindo de observações clínicas de seus pacientes, Freud demonstrou que o Inconsciente tem um papel central na realidade psiquica, estando presente no cerne dos sintomas e dos desejos conflituosos, fazendo dele eixo condutor do tratamento psicanalítico. Em uma Análise, a escuta e a interpretação do analista é dirigida a fala do paciente, num trabalho em que se busca revelar os conteúdos inconscientes, oferecendo ao analisando a possibilidade de construir um saber sobre si mesmo que lhe propicie, dentre outras, elaborar e ressignificar as vivências que lhe causam sofrimento, reordenar suas posições de vida, e inventar novas formas de se relacionar com aqueles que o cercam e consigo mesmo. Nessa perspectiva, a psicanálise se diferencia das outras psicoterapias por ser um método de investigação das causas inconscientes, enquanto outras correntes psicoterápicas se orientam por aspectos conscientes e comportamentais. Tal diferencial faz com que o tratamento se torne uma experiência com efeitos duradouros para a vida do sujeito que se submete a um processo psicanalítico.
- 02
A primeira sessão é o momento para falar das razões que o levaram a procurar um tratamento, dizer do que lhe vem acontecendo, dos seus sentimentos e pensamentos, falar das suas angústias e dos incômodos por que está passando.
É um espaço favorável de poder se ouvir, possibilitando a organização dos próprios pensamentos e percepções de como você se sente perante o que lhe esta ocorrendo. Começando assim uma construção de sentido para aquilo que lhe vem afetando.
É o início do estabelecimento de uma relação de confiança entre você e o psicanalista, a fim de que você se sinta seguro(a) para falar sobre assuntos que lhe causem sofrimento, culpa, constrangimento e vergonha. Ressaltando aqui que, todo o tratamento é orientado pelo princípio ético do segredo profissional, ou seja, todas as questões abordadas por você no consultório são confidenciais.
Além disso, a primeira sessão é espaço ideal para se tirar dúvidas e conversar dos termos do tratamento de forma aberta e flexível.
O importante na primeira sessão é que se dê início à construção de um espaço de escuta e confiança.
- 03
O tratamento psicanalítico parte de um princípio simples, que você fale o que venha em sua cabeça, sem censuras, julgamentos ou amarras. Você poderá falar de conteúdos livres, sem que exista qualquer predeterminação estabelecida, pode falar de suas queixas, suas angústias e seus incômodos, revisitar lembranças passadas e questionar situações presentes, e ainda, contar os sonhos que teve e os pensamentos associados a eles, assim como falar de suas vivências cotidianas e as questões que elas te provocam. Ao falar, nós nos ouvimos, e a análise é uma maneira de ouvirmos aquilo que temos de mais íntimo, favorecendo o encontro, em si mesmo, com aquilo que mais estranha, que mais nos incomoda, que não reconhecemos e que por vezes tanto rejeitamos, que geralmente não lembramos, escondemos ou reservamos a poucos. A regra de falar o que vem à cabeça, é um trabalho de construção que permite a você elaborar o que esta empacado, estranho. Isso porque é ao falar para um outro (o psicanalista) que você pode se dar conta de sua história, de seu romance familiar e é o que lhe permite rever sua maneira de se conduzir na vida. O simples fato de falar em análise transforma a questão, dá uma forma a esse caminhar que estava antes confuso, automático. O psicanalista é o motor, o que impulsiona o trabalho, que causa ressonância no seu dizer. Ele vai cortar ou alongar as sessões, indagar sobre algo que lhe chamou a atenção, pontuar o que demonstra ser importante, levantar questões que se mostram relevantes, acompanhar o que você está vivendo, recolher, apontar e interpretar o que está revelando. Destas e de outras formas, o psicanalista ajuda você a escutar o que está dizendo, mas não está percebendo. Tudo isso vai tornando possível encontrar suas novas próprias maneiras de se relacionar com o que considera importante em sua vida, melhor enfrentar os desafios e dificuldades que surgirem e, principalmente, de se posicionar em relação ao que deseja para si. O processo psicanalítico, demanda uma frequência regular de sessões, geralmente semanais. O ritmo e a fluidez do tratamento variam de acordo com cada um e dependem de fatores que vão surgindo ao longo das sessões. O tempo de cada pessoa é único e a direção do tratamento precisa ser adaptada aos movimentos internos do cada um.
- 04
Embora a psicanálise esteja cada vez mais difundida e acessível nos nossos dias, ainda persiste um estigma de que se trata de um tratamento para pessoas loucas ou com algum tipo de sofrimento psiquico grave. Isso é um grande engano!
Procuramos um psicanalista quando percebemos alguma coisa que não vai bem, quando há algo que nos incomoda, quando nos encontramos diante de um impasse na vida, quando nos vemos acometido por um mal-estar que não se sabe explicar, enfim quando algo que se impõe a nós com a necessidade de ser compreendido e decifrado. Pode ser uma dificuldade consigo mesmo, ou com os outros. Pode ser algo ligado a um contexto específico, como relações amorosas, de trabalho, de saúde, ou decorrente da vida escolar. Pode ser algo relacionado a uma fase da vida, como as mudanças da adolescência, a entrada na vida adulta, a formação de uma família, a chegada dos filhos, ou as dificuldades do envelhecimento. Ou mesmo em situações inesperadas e traumáticas, como doenças, acidentes e episódios de violência, que desencadeam rupturas no equilíbrio psíquico/emocional.
O único pré-requisito para se recorrer a um psicanalista é a existência de alguma questão pessoal, com a crença que possui um sentido e que esse sentido pode ser decifrado.
Independentemente da idade, um trabalho pode ser feito através da palavra, da escuta e da interpretação, do paciente, junto ao Psicanalista, criando novos sentidos sobre si e construindo novos rumos.
- 05
Não é possível determinar um tempo específico para a duração de uma análise. Trata-se de uma questão que depende de muitas variáveis, por exemplo, seja a condição emocional do paciente, suas resistências inconscientes a se tratar, ou mesmo seu papel no núcleo de convivência familiar, etc. A questão que se impõe é saber até onde você está disposto a caminhar ou pagar o preço de sua mudança. Uma análise não dura nem mais nem menos do que deseja o interessado, o analisante. Por isso pode-se dizer que análise é uma aposta em si mesmo, que depende do analista em sua função provocante de fazer o inconsciente surgir e falar, mas principalmente do paciente e de seu desejo.
- 06
Muita gente tem dúvida, ou mesmo não sabe qual a diferença entre psicólogo, psicanalista e psiquiatra? A princípio, responder essa questão realmente não é uma tarefa simples, pois todas trabalham com questões da psique humana, todas tem um fazer clínico e todas tratam o sofrimento decorrente de algum mal estar psiquico ou emocional. Quando se está em sofrimento, o que mais se quer é que ele acabe, de modo que, num primeiro olhar, qualquer uma dessas especialidades poderia ser uma possibilidade. Mas, então, no que se diferenciam?
O PSIQUIATRA é um profissional que se formou em medicina, e se especializou no tratamento de sofrimentos mentais. Na psiquiatria, a compreensão sobre a pessoa que está em sofrimento é determinada sob o ponto de vista do orgânico - do corpo - e da disfunção que esteja nele ocorrendo. Por serem médicos, têm a competência para prescrever psicofármacos no tratamento das patologias, o que pode ser um auxílio importante em vários casos, como o de angústias paralisantes e desorganizações da personalidade. Muitos psiquiatras costumam trabalhar em parceria com psicólogos e psicanalistas, por compreenderem a limitação da abordagem orgânica diante da complexidade do sintoma psiquico. Há psiquiatras que fazem formação em psicanálise ou em outras abordagens psicológicas como orientação teórica para seu trabalho. Contudo, nem todos os psiquiatras são psicanalistas.
O PSICÓLOGO CLÍNICO é um profissional graduado em Psicologia e que entre diversas áreas que o psicólogo pode atuar (Educação, Empresa, Esporte, Social, Direito, Esporte, etc), optou em atuar na área Clínica. Para atuar na área clínica, o psicólogo geralmente escolhe uma das linhas teóricas da psicologia (são três principais linhas teóricas de abordagens clínicas: as teorias humanistas, as teorias comportamentais e as teorias psicodinâmicas) e essa escolha vai influenciar, no método de atendimento que adotará em sua clínica e na sua perspectiva de tratamento. Os objetivos da psicologia clínica são diagnosticar, prevenir e tratar problemas emocionais, comportamentais e/ou transtornos psíquicos, decorrentes de causas psíquicas ou comportamentais. Para isso, ele utiliza do psicodiagnóstico, da aplicação de testes, de laudos técnicos e avaliações psicológicas e da psicoterapia.
O psicodiagnóstico é elaborado a partir de entrevistas e realização de testes com o paciente e se diferencia do diagnóstico médico, por ser uma técnica exclusiva do psicólogo (psiquiatras não podem aplicá-los). Na psicoterapia, o psicólogo, através da mediação verbal, conduz o seu cliente a um processo em que este se torna mais consciente das coisas que faz. Além disso, busca proporcionar e ele a aprendizagem de novos comportamentos para lidar com as suas dificuldades. O psicólogo não é um médico e, por isso, não prescreve remédios alopaticos aos pacientes.
Um psicólogo pode se especializar tanto em psicanálise como em outras abordagens psicológicas, cada qual com suas técnicas, baseadas em seu próprio entendimento do ser humano.
O PSICANALISTA, podemos sintetizar sua descrição em um ponto básico do qual todos os outros são consequência: O psicanalista é o único clínico que trabalha considerando a presença e ação do Inconsciente no sofrimento psíquico. E alguém poderia se perguntar: “Mas como assim só a psicanálise aceita que o inconsciente existe se eu já ouvi psicólogos dizendo que fazemos coisas inconscientemente?”. Trata-se de que algumas psicologias podem considerar que as pessoas tenham pensamentos que não estão acessíveis à sua consciência, mas nenhuma se dedica a trabalhar estas questões ou as forças que fazem com que uma ideia permaneça inconsciente. O trabalho com essas forças, chamadas de recalque ou repressão, constitui o ofício do psicanalista. Em outras palavras, o Psicanalista trabalha a partir de um referencial teórico e metodológico específico, um olhar próprio para o funcionamento mental, que propõe um papel central do Inconsciente na realidade psíquica, estando presente no cerne dos sintomas, dos desejos conflituosos e no sofrimento psíquico, fazendo dele eixo condutor do tratamento psicanalítico. A formação de um Psicanalista, passa por uma longa e contínua formação teórico e metodológica em psicanálise, pela supervisão na sua clínica de um psicanalista mais experiente e por um percurso de análise pessoal, Freud criador da Psicanalise propôs que para analisar o sujeito tem de ter experimentado do seu próprio Inconsciente. Ou seja, o psicanalista estuda, investiga e se preocupa a compreender o inconsciente e as suas particularidades, na qual o tratamento é baseado no que fala o paciente. Atualmente no Brasil, grande parte dos profissionais que se orientam pela psicanálise possui graduação em psicologia ou psiquiatria, mas isso não é uma regra.
- 07
No meu caso, embora eu possua um valor de referência, que segue a tabela de honorários da FENAPSI(www.fenapsi.org.br), acredito ser de extrema importância conhecer melhor o paciente e suas necessidades antes de combinar o valor do tratamento. Este é, portanto, um assunto que precisa ser combinado diretamente com a pessoa (ou seu responsável, no caso de menores de idade), que pretende iniciar o processo psicanalítico, ou de Orientação Profissional.
Se você tem interesse, entre em contato comigo para conversarmos a respeito!
